Em conversa há dias com um amigo ligado à área do Desporto, confidenciava-me ele que se avizinhavam tempos muito difíceis. O aumento do IVA na prática desportiva estava a causar alguns problemas aos Ginásios que, dizia ele e com verdade, tendiam a agravar-se.
Perante um "aperto" financeiro o que é que se dispensa primeiro? - Aquilo que pensamos ser supérfluo ou, na óptica geral, dispensável. Assim, quem que tem uma prática desportiva constante mas que está sujeito a "cortes" sistemáticos no seu orçamento familiar, retira-a de imediato dos seus encargos. Este problema agrava-se quando são vários os elementos de um agregado familiar a praticar desporto (eu tenho alguns assim, no meu Dojo).
Isto é mau em todos os aspectos que se possam imaginar. Coloca de imediato um problema sério aos Ginásios que estão já a operar porque uma redução drástica na clientela vai-se reflectir de imediato na necessidade de dispensar professores. Por outro lado, o que vão fazer os licenciados em Educação Física que estão a sair dos cursos?
Analisando agora o impacto social que este problema causa estamos perante uma situação em que se vai obrigar os portugueses a dispensar um dos componentes mais importantes na manutenção da sua saúde e bem estar - a prática desportiva regular.
Apela-se energicamente à adopção de uma prática desportiva como forma de manutenção da forma física e da saúde, o que é uma forma de prevenir futuros encargos com esta mesma saúde, mas tira-se, por outro lado, a importância a isto tudo considerando a prática desportiva "um luxo". Esta estúpida contradição vai ter um impacto terrível em todos nós - profissionais do Desporto e desportistas. Já se está a notar - o número de inscritos nos ginásios está a baixar de uma forma assustadora.
Este amigo confidenciava-me que fora obrigado a suportar ele próprio, o aumento do IVA como forma de tentar conservar os clientes mas estava céptico quanto ao tempo em que poderia sustentar uma situação destas. É alarmante.
Segundo a minha óptica ao aumentar os gastos com o consumo o que se vai conseguir é uma baixa desse consumo, o que se vai reflectir na economia nacional porque há empresas que não se vão aguentar - não vendem, não pagam - tão simples como isto. Gera-se mais desemprego o que vai reduzir novamente o consumo e assim por diante.
Tendo em conta o número de licenciados em Educação Física que estão a formar-se ou já formados, é preocupante...
Em conversa com amigos dizia um deles: "Portugal é um País a prazo!" - pois é... e o prazo está a ficar cada vez mais curto.