segunda-feira, 14 de junho de 2010

Cooperação e respeito...

Infelizmente nem tudo o que se passa à nossa volta é bom... Tivemos um grande Estágio com dois excelentes instrutores (Senseis Kevin Nason e Keith Bishop) mas a "comunidade" da GKI não respondeu à chamada. Por vária razões a participação neste Estágio foi pequena, tendo em conta a qualidade que se antevia.
Falando com alguns Instrutores foi por eles apontado algum desinteresse por parte dos seus alunos em participar nos Estágios. É pena que não exista, em alguns karatekas, o hábito de participar em eventos deste e de outro tipo. Quem pensa que é suficiente o que se aprende nas aulas, está errado. Numa altura em que se apela à formação de forma contínua é um contra senso haver pessoas que não investem intensamente na sua própria formação.
Houve instrutores que não puderam participar no Estagio por terem já outros compromissos e houve também quem não informasse os alunos da sua realização. Este ultimo caso nem vou sequer comentar porque não tem comentário. O que é importante é que se perceba a importância de participar em Estágios e outros eventos. Diferentes abordagens e conceitos, diferentes parceiros de treino (o intercâmbio técnico entre diferentes Dojos é muito importante) e diferentes ambientes são alguns dos benefícios do treino "fora de portas".
Existe uma grande necessidade de expandir o karate, pelas suas grandes virtudes e componentes. O Karaté é uma instituição. É uma arte viva que, para respirar, precisa de novos horizontes e novas abordagens. Isto só se consegue com a partilha e o convívio entre os seus praticantes. Já lá vai o tempo em que cada um se fechava no seu Dojo (embora ainda haja infelizmente quem o faça).
Durante toda a minha vida de karateka participei em muitos eventos, de vários tipos, e de todos guardei alguma coisa. Tem sido dispendioso em termos de tempo e dinheiro mas se me perguntarem se valeu a pena, asseguro-lhes que sim. Gastei muito dinheiro numa viagem ao Japão para treinar durante uma semana. Se me perguntarem o que aprendi de novo enquanto lá estive, dir-lhes-ei que nada! Treinei com vários instrutores (da IOGKF) aquilo que treinava no meu Dojo. Se valeu a pena, claro que sim. Apesar de não ter acrescentado novas técnicas ás que já conhecia, aperfeiçoei-as segundo as diferentes concepções dos diferentes Instrutores. E treinei com gente de todo o mundo. E conheci novas culturas que apenas conhecia virtualmente. E reencontrei amigos num ambiente diferente. E integrei a comitiva portuguesa no Oriente que já por si é motivo de orgulho. Fiz Estágios de Shito-Ryu de Shotokan e outros Estilos. Fiz treinos de Kobudo, Judo, Krav Maga, Jiu-Jitsu e Jogo-do-Pau entre outros. Se custou dinheiro e tempo?Claro que sim! Se valeu a pena? Claramente que sim! E estou disposto a fazer muitos mais. Seja do que for, porque não? Vou prejudicar o meu treino de karaté treinando outras disciplinas? É óbvio que não! Pelo contrário... acrescento ao meu "arsenal técnico" novas situações de combate, novas posturas, novos passos. É isto bom? Não... é excelente! Sempre que há a possibilidade de participar em aulas de outras artes e disciplinas não só participo como recomendo e incentivo os meus alunos a participar. E eles participam! Não tenho o direito de os privar de aprender com outras pessoas porque é imoral da minha parte fazê-lo.
Fiquei triste com a pouca participação no Estágio. É imperativo que todos se apercebam da necessidade de apoiar a Kaizen (e a GKI) no trabalho que estão a fazer. A direcção fez um grande esforço logístico e financeiro para trazer a Portugal dois excelentes instrutores e proporcionar aos seus associados a possibilidade de treinar com eles sem terem de se preocupar com despesas de viagem, alojamento e alimentação no estrangeiro mas mesmo assim, não foi correspondida. Como é do vosso conhecimento não pertenço à direcção da Kaizen portanto o que aqui digo é o que sinto enquanto instrutor e praticante e apenas isso. Tenho pena que não tenha sido aproveitado a 100% o esforço feito pela Kaizen. Resta-me apenas isto - apelar ao maior empenho por parte dos Karatekas e instrutores da Kaizen (onde me incluo, obviamente). Somos nós que desenhamos o nosso caminho, dos outros só podemos esperar ajuda mas é nossa obrigação apoiá-los.
Isto é uma reflexão não é uma crítica.

13 comentários:

Armando Inocentes disse...

Caro José Ramalho:

Concordo em absoluto contigo. Eu não pude estar presente e justifiquei com antecedência, e com pena minha, ao Presidente João Ramalho a minha impossibilidade, e, não estando eu presente, nem tendo mais nenhum treinador com possibilidade de conduzir os meus miúdos, não comparecemos.

Mas também me parece importante que antes do final do mês se arranje um horário e um espaço para reunir todos o Instrutores da Kaizen e debater alguns assuntos prementes. Temos de ter atenção que a tendência das grandes organizações é "partirem-se", e nós, se já somos grandes, o que nos interessa é tornarmo-nos maiores.

Lembro-me que num workshop de shiai kumite, com um campeão do mundo, vocacionado para crianças e jovens, nas vésperas do 1º Torneio da Kaizen, nenhum instrutor da Kaizen apareceu. Só 3, para além de ti, souberam justificar os motivos da sua ausência.

Temos de definir um plano de desenvolvimento estratégico para a próxima época. É urgente e necessário!

Grande abraço

Jorge Peixoto disse...

Pois é, acho (des)interessante constatar que o pessoal mais facilmente tem disponibilidade para ir ao estrangeiro com os inerentes encargos financeiros, treinar com os mesmos mestres que cá vieram (entre outros), mas não tem "tempo" para vir à periferia.
Partilho da ideia de que quem só olha para o seu umbigo não consegue ver mais nada do que o seu umbigo.
Como praticante, já com muitos anos disto, sei da importância de se participar em estágios internacionais (e não só).
Não só a vertente técnica mas também a amizade são consolidadas.
Tenho facilidade em compreender que nem todos possam ir ao Japão, mas custa-me a aceitar que ninguém tenha podido/querido vir a Massamá/Lisboa.
Provavelmente deveriam começar a cobrar-se os mesmos valores "de antigamente". Naquela altura aparecia sempre muita gente.
De qualquer forma, e para terminar, quem veio aproveitou os ensinamentos, quem não veio, continua a admirar o seu belo umbigo.
Saudações para todos.

Anónimo disse...

Pois, ois...
Lá voltamos ás "quintinhas", á vidinha...
Grandes Senseis, não são os alunos, utentes/clientes, que estão errados, são vocês.
Qualquer formação em marketing desportivo vos pode "ensinar".
Vocês têm que "dar" aos vossos alunos, utentes/clientes, o que eles "querem".
Se calhar essas eminências inglesas não lhes despertaram o espirito marcial que neles "pulsa".
E fica vos muito mal atirar a culpa para cima de outros Senseis.
Essa associação existe na região da grande lisboa e mesmo assim já insinua divisões entre margens ou mesmo localidades.
Realmente Massamá não fica longe, mesmo descontado o facto de local não ser dos mais aprazíveis.
Acho que o que realemnte não motiva os alunos, utentes/clientes, para mais um estágio são estes "big karate masters" de quem nunca ninguém ouviu falar.
Aliás Armando Inocentes, como sempre, mais sereno e mais reflexivo, tocou na "ferida", Campeão do mundo, sim mas quem o conhece dos alunos, ,utentes/clientes, dessa associação?
Lembrem se o KARATE é uma arte marcial de OKINAWA, qualquer criança que goste de a praticar e estudar sabe que esta arte marcial não é primariamente representada por "big karaté masters" vindos da europa.
MARKETUNG DESPORTIVO OU ENTÃO NÃO VENHAM CHORAR, OS GRANDES SENSEIS JÁ TÊM MUITOS ANOS, TANTO DE KARATÉ COMO DE IDADE.
FICA VOS MAL.

Anónimo disse...

Caro amigo desconhecido, não sei quem é... (se calhar sei!).

Aqui fica uma dica em relação ao:
"Se calhar essas eminências inglesas não lhes despertaram o espirito marcial que neles "pulsa"."

Se as coisas fossem no tempo da "otra senhora" 70% das pessoas que fizeram exame ficavam para trás... é uma questão de passar pelo seu Dojo e comprovar...

É como tudo na vida... tem umas coisas boas...tem umas coisas más... temos é de parar e olhar um pouco à nossa volta.

Anónimo disse...

Ora, diz V.Exa. o seguinte: "Lembrem se o KARATE é uma arte marcial de OKINAWA, qualquer criança que goste de a praticar e estudar sabe que esta arte marcial não é primariamente representada por "big karaté masters" vindos da europa"

Quererá isso dizer que o critério para uma maior afluência aos estágios reside no formato dos olhos e na cor da pele dos instrutores?

Jorge Peixoto disse...

Será que para ser um bom karateca e, eventualmente, ver o meu mérito reconhecido, tenho de fazer uma plástica? (que por sinal bastante falta me fazia...).
Este tipo de comentários só provam a falta de auto-estima de algumas pessoas. Nós somos tão bons, ou melhores, que qualquer um. Temos de nos valorizar, quanto mais não seja, na diferença.
Força Portugal!

Cristina disse...

Porque é que será que os que dizem mal de tudo e de todos, nunca têm coragem para se identificarem? Medo de retaliações ou apenas deformações...???
Bjinhos para ti Zé.

José Ramalho disse...

A grande virtude deste e de outros "blogs" é a livre manifestação de opiniões. Todas são válidas independentemente de onde vêm. Só acho que, quem assume responsavelmente os comentários que faz o deve fazer com o seu próprio nome. Comentários "anónimos" revelam algum receio que não entendo bem. Repito: todos os comentários são válidos por representarem opiniões que, pelo facto de não serem favoráveis não deixam de ser válidos. São isso mesmo - opiniões. Agradeço todas os comentários que, só pelo facto de provocarem discussão já são aceitáveis. O que não é, a meu ver, aceitável é não haver a honestidade de uma identificação plena de quem os faz. Obrigado a todos pela participação. JOSÉ RAMALHO.

Armando Inocentes disse...

Caro Ramalho:

Antigamente resolvia-se tudo a varapau - basta ler Camilo Castelo Branco. Mas sabiamos quem eram as pessoas...

Depois passaram a aprecer nos nossos dojos a provocarem a a fazerem embuscadas...

Agora utilizam os mails e os SMS...

Sabes o que é que o Karaté lhes ensimou? Coragem, honestidade, competência!!!

Anónimo disse...

Os Mestres de Okinawa Goju-Ryu (não Portugueses) mais conhecidos no ocidente:
- Higaonna (Japonês)
- Chinen (Japonês)
- Onaga (Japonês)
- Oshiro (Japonês)
- Rosseaux (Inglaterra)
- Chuck Merriman (USA)
- Laubcher (Africa do Sul
- Molineaux (Inglaterra)
- Andrews(Inglaterra
- Bob Honibbal (Inglaterra)
- Jean Frenette (Canada)
- Dennis May (Nova Zelandia)´

Podem adicionar nomes...

Cristina Caeiro Lopes disse...

Tens toda a razão, são "opiniões"! Mas, opiniões de quem? Válidas porquê? O resultado de um estudo científico é válido apenas porque se chega a uma conclusão, mesmo sem se apresentarem dados, amostras e aparecer sem os nomes dos seus autores? Não me parece... Até porque assim é fácil opinar..;) Mas também, esta é mesmo, e só também, uma "opinião"!!! Mas eu assino. Bjinhos.

Armando Inocentes disse...

O anónimo anterior colocou entre parênteses "não portugueses" com um objectivo, pois se o não tivesse feito teria de colocar lá um nome... mas no fim diz "podem adicionar nomes...»

Já lá vão uns anos em que na Casa do Povo de Corroios, um "Mestre" entrou pelo dojo com mais quatro comparsas, para acusar, ameaçar e prometer...

Uma vez, vindo de Corroios com mais três colegas, tinhamos ao cimo das escadas rolantes do Rossio uma espera...

Para o meu blog também já enviaram comentários anónimos...

Em Mafra, no Torneio da UNAM, um MESTRE teve de me apanhar sozinho a fazer umas fotos para, sem ter testemunhas, me dizer coisas que não é decoroso reproduzir aqui...

A semana pasada recebi 3 mensagens telefónicas com ameaças...

O curioso é que são todos MESTRES!!!

Que raio de Karaté é este, que proclama uma coisa, mas na realidade são os próprios MESTRES que dizem para olharmos para o que eles dizem mas não para o que eles fazem?

Mais valia ter ido para o futebol...

José Silva disse...

Apesar da pouca participação espero que continuem a fazer estágios com os grandes Mestres, nacionais ou estrangeiros que pela minha parte, como aluno, sempre vou esforçar-me para comparecer e empenhar-me no treino.

HOSHIN-DO PORTUGAL

HOSHIN-DO PORTUGAL
CLUBE DE KARATÉ E DEFESA PESSOAL

HOSHINDO PORTUGAL

O Hoshin-Do Portugal - Clube de Karaté e Defesa Pessoal, foi criado com a finalidade de promover a prática do Karaté Goju-Ryu e da sua vertente de Defesa Pessoal.
Tem a sua sede na
Rua do Amor Perfeito, Nº 23 - 2745-717 Massamá
Os seus Instrutores são:

José Ramalho - 4º Dan
Nuno Santos - 4º Dan
Rui Catarrinha - 3º Dan
Joana Perdiz - 2º Dan