sábado, 22 de setembro de 2007

O Desporto Escolar é útil para os Karatekas?


Este é um assunto que vem á baila todoas as épocas. Primeiro é o esforço dos pais para que o horário escolar seja compatível com os treinos, depois é tentar que as aulas de Educação Física sejam em dias diferentes daqueles em que há treino.
Primeiro há que assumir que o exercício físico regular contribui para a saúde e o bem estar do ser humano - é um facto adquirido!
Segundo há que compreender que o exercício físico em excesso é prejudicial especialmente nas camadas mais jovens.
Vejamos agora este panorama:

Entro no Dojo, mando alinhar a classe juvenil e começo o aquecimento não sem antes notar alguma apatia e até alguma relutância em iniciar o treino. Tendo em conta que os miúdos são uma fonte de energia espantosa (até causa alguma inveja a nós, cotas!) é de estranhar que não estejam naqueles dias para ali virados.

O que se passa é o seguinte: Antes de entrarem no Dojo para o seu treino regular, já levaram uma "coça" na escola durante a disciplina de "Educação Física". O que é que fizeram? - Correram á volta do campo várias vezes ou jogaram futebol...

O que é que lhes apetece mais fazer quando saem? - provavelmente dormir - mas não podem porque têm aula de Karaté.

Assim cabe-me (nos) a ingrata tarefa de despertar os putos para o trabalho que tem de ser feito no Dojo, porque foi para isso que se inscreveram e é daquilo que gostam.

Pergunto:

Qual é a necessidade do Desporto Escolar para os atletas que fazem Desporto regular e federado?
Que rendimento desportivo tem um miúdo ou miúda depois de se estafar a correr á volta do campo para ocupar o tempo da aula de Educação Física?

Não pretendo tirar o mérito aos professores desta disciplina que têm tanta culpa disto como eu, o que pretendo é chamar á atenção das entidades que regem o desporto para a necessidade de haver uma cooperação com as entidades que disponibilizam o desporto ás populações (Associações, Clubes e outros) no sentido de canalizar a energia do atleta para aquilo que ele gosta no campo do Desporto, dispensando-o do desporto escolar.

Se o atleta comprova através da sua inscrição num Clube e da sua Federação que pratica regularmente desporto (inclusive até através de uma declaração emitida pelo próprio Clube ou Assoçiação), porque razão não deverá ser dispensado de uma actividade que apenas contribui para o esgotar fisicamente antes de chegar ao treino?

É claro que isto exige algum esforço por parte do governo, mas não seria uma medida inteligente?

Se calhar não temos tantos atletas de alta competição por razões deste tipo, não acham?

Pela minha parte reconheço que os miúdos até vão correspondendo mas reconheço-lhes algum sacrifício e acredito que, tecnicamente, também são prejudicados porque iniciar um treino já em situação de fadiga é tudo menos agradável.

O stress afecta as crianças da mesma forma que o adulto e o desporto deveria ser uma forma de combater esse stress e nunca uma fonte geradora de stress.

Deixem que o Desporto sirva os jovens e nunca que os jovens sirvam o Desporto!

José Ramalho

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo parcialmente. Se a aula de educação física na escola se limitar - como acontece, infelizmente, na maioria das vezes - a pôr o pessoal a correr à volta do campo/pavilhão, concordo.
No entanto, o objectivo daquelas aulas é permitir que o aluno tenha contacto com as diversas modalidades desportivas e, quem sabe, descobrir um futuro campeão ou, pelo menos, incutir a vontade de praticar uma actvidade física.
Mas percebo a tua ideia...

A Voz disse...

Percebo a razão do comentário, mas não concordo:
1º - A Educação Física (EF) é essencial para os alunos tomarem contacto com as diversas modalidades desportivas e aprenderem as técnicas das mesmas;
2º - As aulas de EF são um óptimo momento para os alunos relaxarem e libertarem-se do stress das outras disciplinas mais exigentes a nível intelectual;
3º - Os países com grandes atletas de alta competição são aqueles que apostam no desporto escolar e têm este desporto organizado num nível quase profissional;
4º - Tenho grandes dúvidas que o a razão do cansaço de alguns karatekas seja por causa das aulas de EF, até porque estas são têm apenas a duração de 50m, 2/3 vezes por semana e por norma são da parte da manhã.
Em conclusão acho que se devia, pelo contrário, apostar mais no desporto escolar, torná-lo competitivo, reservando aos clubes e associações o papel de aprofundar/especializar as qualidades atléticas e técnicas daqueles que querem ser profissionais.

HOSHIN-DO PORTUGAL

HOSHIN-DO PORTUGAL
CLUBE DE KARATÉ E DEFESA PESSOAL

HOSHINDO PORTUGAL

O Hoshin-Do Portugal - Clube de Karaté e Defesa Pessoal, foi criado com a finalidade de promover a prática do Karaté Goju-Ryu e da sua vertente de Defesa Pessoal.
Tem a sua sede na
Rua do Amor Perfeito, Nº 23 - 2745-717 Massamá
Os seus Instrutores são:

José Ramalho - 4º Dan
Nuno Santos - 4º Dan
Rui Catarrinha - 3º Dan
Joana Perdiz - 2º Dan